NEM SEMPRE SABEMOS O QUE TEMOS, não é?

Durval Carvalhal

Praia do Carvalhal em São Teotónio (Sul), • Portugal

            NEM sempre se sabe sobre o que se tem. Eu mesmo não sabia que possuía a "Praia do Carvalhal”, minha dileta amiga jornalista Liliana Peixinho.

            Ainda jovem pré-universitário, depositei um dinheirinho na poupança no antigo BANEB-Banco do Estado da Bahia, e esqueci o episódio completamente.

            Algumas décadas depois, logo após o Plano Collor de 1990 (que transformou o cruzeiro em cruzado, e cortou três zeros do valor da moeda), as coisas se transformaram profundamente.

            Como  havia mudado de endereço várias vezes, no decorrer da semana logo após a implantação do plano, recebi um comunicado do banco em pleno trabalho. Olhei-o atentamente, cortei os três zero, achei o valor insignificante e o joguei no lixo.

            Comentei com um colega sobre o que acabara de ocorrer comigo e, minutos depois, ele me disse: "Carvalho, qual é a data do documento? Veja se é atual; se for, o valor está certo.  Ato contínuo, fui à lata do lixo, recolhi o documento e constatamos que o valor era verdadeiro.  

            Dia seguinte, fui ao Baneb tenso, e apresentei a informação à uma caixa bonita e simpática. Ela leu o aviso e, sorrindo, disse-me: "Ah, é você que é o famoso Durval Carvalhal?
 

            Espantado, indaguei o porquê do “famoso”.

            ---Você ficou famoso aqui no banco; mas, a auditoria concluiu que o dinheiro era seu!

            Confesso que não tremi (risos); mas, o coração teve uma vontade louca de imitar o saci e sair pulando. pela rua... Coisas doces da vida, não é?

*Caros amigos, ainda que extemporaneamente, vamos comemorar na  "Praia  do Carvalhal"? Vai ser uma festa de arromba, garanto!