CENA GERAL
Durval Carvalhal As nuvens corriam soltas em pleno ar,
Escurecendo a própria clareza do tempo. E as andorinhas, lépido, paravam de voar, Porque, forte, escorraçava-as o vento. II Que batia, sólido, nas árvores, Derrubando- lhes os frutos, E colorindo os imensos pomares, Até então todos enxutos. III De repente, cai a chuva. Fininha, qual garoa, Dançando a música vental, Como pássaro que voa. IV Depois, violento temporal Desaba devastadoramente Por todo o plácido arraial, Arrasando aquela gente. V E voam as folhas pelos ares E caem os casebres vetustos, Lançam-se espantosos olhares E não se dorme com os sustos. VI Pela manhã, A cena geral Foi nefasta E trágica: VII Fios quebrados perigando A já perigosa vida, Uns copiosamente chorando Uma perda sofrida, Outros a Deus perguntando Pela paz prometida. São muitos homens relutando, Sem a menor guarida, Aonde o pavor vai aumentando E enlouquecendo, em seguida. Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 03/04/2012
Alterado em 06/09/2020 |