Durval Carvalhal

Fazer de cada queda um passo de dança.

Textos



O BNB CLUBE E A NOVA REPÚBLICA
 
Durval Carvalhal

 


          Criado à imagem e semelhança do Senhor, o homem é um animal político por natureza, quer dizer: animal sociável por necessidade, embora, muitas vezes, ele contrarie aquele preceito bíblico de que “não é bom que o homem esteja só”.
          A Nova República (iniciada em 1985) é diferente da velha, não no conteúdo, mas na forma, basicamente por uma razão. Essa era estática, letárgica; aquela tem pés que a fazem andar, ora para o bem, ora para o mal, como quis o filósofo. E isso é muito bom, porque a letargia é sempre um estado de pobreza e de comiseração.
          Domingo, dia 10 de agosto (1986), o BNB-Clube de Salvador demonstrou estar de acordo com os novos tempos e foi palco de duas festas magistrais: dia dos pais e torneio início do campeonato interno, com um colorido e uma alegria nunca vistos, nem mesmo nos áureos tempos do queridíssimo Osmar Pinheiro.
          O mosaico eram crianças na vida que pediram a Deus; senhoras e senhoritas curtindo o sol, a piscina, o papo; o barzinho se virando dinamicamente para não comprometer a elegância do instante, sob os olhos gerenciais de Raimundo Sá; os homens se dividindo na sinuca, no chope e, principalmente, no futebol, cujo campeonato deverá ser uma Xerox da última copa do mundo, onde muitas estrelas voltarão a “ser ou não ser” na grande questão.
          O campeonato tem tudo para agradar: os goleiros são espetaculares; as defesas, duras; os meio-campistas, técnicos e os atacantes fazem belos gols, como um de Cunha, cuja bola antes mesmo de entrar, todo mundo já sabia que era gol.
          Alguns jogadores comuns poderão brilhar, a ponto de suplantarem a visão do grande zagueiro Lula, a catimba de Gérson, a “xerifança” de Ivo, os gols de Firmino, a técnica e o controle de bola de Cosme e Brizolara; a cintura de Urubu e muitas coisas mais do mágico mundo da bola.
           Infelizmente, tornei-me perna de pau e só vou jogar nas torcidas, agitando “de leve”, no meu estilo, porque torcida também joga e ganha jogo.
          Por fim, parabéns, BNB-Clube de Salvador, “a vida tem momentos brilhantes que compensam a dor de viver”. Viveu-se um dia de glória, alegria e felicidades; foi um dia inesquecível!


 
Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 13/08/2012
Alterado em 13/08/2012


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