LEITOR DE JORNAL OU DE ENCICLOPÉDIA?
Durval Carvalhal O jornal é uma enciclopédia, um bem cultural de massa; fala sobre um conteúdo generalizado com muita competência e galhardia. São informações e opiniões preciosas sobre o cotidiano da cidade, do estado, do país e do mundo escritas por quem tem o que dizer e sabe fazê-lo. São jornalistas experientes; leitores que se esmeram na arte de redigir; articulistas de renome; grandes cronistas e escritores, bem como colaboradores de altíssimo nível intelectual, como professores universitários, pesquisadores. Em um bom periódico, lemos bons editoriais; grandes reportagens; entrevistas bem conduzidas com pessoas interessantes, cultas e objetivas; artigos, crônicas, poemas, contos, resenhas e os mais diversos gêneros textuais. Tenho uma biblioteca com quase três mil livros, que me suplicam mais atenção, que não a tenho dado por escassez de tempo; pois, tenho priorizado outras formas de leitura; afinal de contas, qual a diferença em ler bons escritores em forma livresca ou em forma jornalística? Os escritos de João Ubaldo, Ruy Espinheira, Hélio Pólvora, Veríssimo, João Carlos Teixeira Gomes, Dora Kramer, Samuel Celestino, Edivaldo Boaventura, Maria Stella, Consuelo Pondé, Aninha Franco, Jaime Sodré, Jolivaldo Freitas, Antônio Risério, Emiliano José, dentre outros, são mais valiosos nos livros que em jornais? Quem disse isso? Pelo contrário; nos jornais, a produção textual pode ser elaborada com mais apuro, em face da limitação espacial. Mas, o que me importa é a qualidade do texto, tanto na forma, quanto no conteúdo; do policial ao político, do literário ao filosófico; pois, sou leitor atento, que pensa além do voto. Depois da eleição, então, penso nos votos dos eleitos, nos seus comportamentos, nas suas ações, nos seus projetos, nas suas performances gerais; nas suas visões de mundo, nos seus argumentos e nas suas posturas. A leitura diária de jornal é algo incorporado ao meu cotidiano desde menino. É uma leitura gostosa, sem pressa, atenta como se aprende no ginásio, quando o professor de Português orientava-nos a ler, reler, sublinhar palavras desconhecidas ou esquecidas, observar a ideia central do texto, o que chamava a atenção do aluno, as citações encontradas e os argumentos que o autor utilizava em socorro do seu ponto de vista. É assim a minha leitura de jornal, revista, livro e outros textos; uma leitura demorada, mergulhando prazenteiramente na festa das palavras; nas suas belas e criativas combinações, recheadas de comoventes imagens e gostosa literariedade. Até em uma simples reportagem policial, aprendem-se palavras, ideias e argumentos, potencializando a arte e a alegria de ler, refletir e viajar. Assim como “qualquer maneira de amor vale a pena”, qualquer tipo de leitura também vale a pena. Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 08/03/2013
Alterado em 08/03/2013 |