O RACISMO E O PREJUÍZO DE UMA NAÇÃO
Durval Carvalhal Sem dúvida, a pessoa racista é uma pessoa doente; doente da cabeça. A Humanidade deveria ser como a galinha que choca ovos e tira vários pintos de cores variadas: preta, branca, amarela, laranja, cinza, preto-branca, pintadinha, etc. Numa imagem colossal e poética, vê-se a mãezona passeando e cacarejando, ladeada pelos pintinhos piando na maior amizade e carinho, sem brigas. Dir-se-ia que era um carnaval galináceo. Inversamente, os homens, que são privilegiados da inteligência, maltratam-se, humilham-se e distanciam-se por causa da cor, como se um fosse melhor que o outro. Que pena! Triste fim de Policarpo Quaresma. Erich Fromm já dizia que, nas artes e nos esportes, o negro poderia se sobressair, porque não seria bloqueado por chefes racistas. Sem dúvida, em muitas repartições, o negro é obstaculizado na sua ascensão profissional, privando a organização de mão de obra qualificada, impactando negativamente na produtividade da entidade. Se não fosse a estupidez do racismo, quantos negros seriam, hoje, bons gestores, engenheiros, economistas, administradores, arquitetos, empresários, advogados, professores universitários e, sobretudo, MÉDICOS. E o Brasil estaria entre as três maiores economias do mundo, com um PNB-Produto Nacional Bruto duplicado, o que implicaria em melhor qualidade de vida dos brasileiros. O negro foi proibido até de tocar violão e cantar samba. Com o perpassar do tempo, deu ótima contribuição à música nacional. O que seria a MPB sem Pixinguinha, Cartola, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Alcione, Carmem Costa, Alaíde Costa, Ângela Maria, Margareth Menezes, Elza Soares, Jorge Benjor, Luiz Melodia, Tim Maia, Djavan?
Não obstante ter sido proibido também de jogar futebol, essa grande arte universal recebeu grande contribuição negra. Os clubes rejeitavam jogadores negros no início da história do futebol no Brasil. Os jogadores driblavam a proibição, tanto alisando o cabelo, quanto cobrindo o rosto com pó-de-arroz para se passarem por brancos. O primeiro grande time a admitir atletas de cor em seu elenco foi o Bangu Atlético Clube, em 1905, quando contratou o jogador Francisco Carregal. Mas, o caso mais famoso, foi o jogador do Fluminense Carlos Alberto. Em uma partida contra o América, pelo Campeonato Carioca de 1914, a maquiagem começou a escorrer, revelando sua verdadeira cor. Pronto! A torcida adversária não perdoou e lhe atribuiu o apelido de Pó-de-Arroz.
Pergunta-se? E o nosso futebol seria tetra campeão mundial e teria tanta projeção internacional se não contasse com participação dos deuses negros? Qual seria a importância do futebol do Brasil sem a participação de Fausto, ‘a Maravilha Negra’; Domingos da Guia; Leônidas da Silva; Didi; Garrincha; Pelé; Ronaldo Fenômeno; Ronaldinho Gaúcho; Neymar, dentre outros? Aliás, nenhum país teria uma seleção negra de sabor tão universal como esta: Goleiro: Manga, Lateral-direito: Djalma Santos, Zagueiros: Luís Pereira e Amaral, Lateral-esquerdo; Marco Antônio; Meiocampistas: Didi, Jorge Mendonça e Ronaldinho Gaúcho, Atacantes: Pelé, Leônidas da Silva e Jairzinho. Bob Marley tem plena razão: “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”. Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 17/07/2013
Alterado em 19/07/2013 |