O BRASIL SANGRA E NOS PEDE SOCORRO
Durval Carvalhal Nunca a corrupção grassou tanto no Brasil. A República sangra torrencialmente. A canalhada ri o riso da desfaçatez, e urge que cortemos as asas desses urubus, que, com seus voos rasteiros, catam a carniça dos cadáveres insepultos, para o farto banquete dos fariseus pusilânimes. A corrupção solapa o nosso bem estar, vitimizando-nos na educação, na saúde, na segurança, na habitação, na infraestrutura, ampliando a exclusão social e corroendo nossa moral. Esvazia-se o orgulho de ser brasileiro. Invade-nos uma dolorosa sensação de apátridas. Afinal de contas, como conviver e ser feliz com o paradoxo da Ordem para os trabalhadores honestos e Progresso para os depravados e malfeitores? Perigosamente, corremos o risco de nos acomodar com o turbilhão de escândalos públicos que desfilam diariamente ao vivo e a cores na TV. Parece churrasco na casa da mãe Joana, onde se banqueteiam políticos, funcionários públicos e cidadãos desonestos. A máquina pública está plenamente bichada. Campeiam os interesses pessoais e partidários, pouco importando os interesses da sociedade, a verdadeira dona dos recursos da nação. Se, diante desse carnaval de denúncias e escândalos, não nos importamos; não tomamos uma atitude, mínima que seja; se nos silenciamos; se nos omitimos, temos parcela enorme de culpa, sim, porque estaremos nos acumpliciando com a orgia, e, tacitamente, aceitando viver em uma sociedade corrupta. O Brasil sangra e nos pede socorro. Vamos potencializar nossa indignação; não nos deixemos vencer nem pelo cansaço e nem pela apatia. Aceitemos, com retumbante orgulho, a tarefa de limpar a administração dos maus políticos e dos servidores públicos que enodoam nossa imagem. Uma manifestação, quando multiplicada, pode gerar força suficiente para se instalar a mudança desejada. Além do mais, nós somos os verdadeiros juízes do processo político, porque temos o condão de, pelo voto, decidir pelo país que queremos. Ser cidadão pleno é também participar no destino da sociedade. Que os dignos possam habitar em paz no Planalto, e que os ímpios limpem suas sujeiras na planície. Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 28/04/2014
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