SER MÃE É ISSO
Durval Carvalhal São três letras apenas, mas que tangenciam o infinito, só perdendo, em dimensão, para Deus. Ser mãe é a culminância da arte de doar-se, doando amor, e não importando a idade do filho, que, para ela, sempre será dependente dela. Com alegria, abdica da própria vida em prol da sua cria, que é a grande herança que uma mulher deixa para o mundo, robustecendo o sentimento de perpetuação da espécie. Começa-se a ser mãe com uma pergunta: será que estou grávida? E a resposta aparece com o tempo: sentimento de cansaço, atraso no ciclo menstrual, aumento da temperatura corporal, inchaço, mais sensibilidade nos seios, incômodo nas costas, vontade de vomitar, mais vontade de micção, aumento do apetite, instabilidade emocional e dor de cabeça. E para tirar a prova dos nove, vai-se ao médico. E agora, sim, é pra valer. A mulher está grávida e vai precisar de muita força e apoio para gerenciar seu processo de gestação, tanto da família e amigos, quanto do companheiro, para que se realize sua doce expectativa de ter um bebê saudável e de parto natural. Conviverá, nove meses, com alegria, medo, insegurança e ansiedade ao mesmo tempo em alta dosagem. É um arsenal de instabilidade na cachola; um turbilhão de emoções à flor da pele por causa de um neném, que se desenvolve dentro dela. Sua geometria transfigura-se completamente; a barriga desponta; as mamas crescem; a criança se mexe; o corpo aumenta; hormônios se alteram, até que chega o sublime parto, e ela passa a viver uma nova fase da vida de ex-gestante ou simplesmente de MÃE. É um duplo nascimento: de uma mãe e de um bebê. O coração pulsa de alegria pela bela criança que pariu, e vai enfrentar, com coragem, determinação, e galhardia, a divina missão de ser mãe. Será uma fonte inesgotável de preocupação, atenção, cuidado e proteção. A mamãe entregar-se-á por inteiro; doar-se-á intensamente, porque ser genitora é se deixar levar pela mão de Deus. Terá noites mal dormidas; ajudará o filho a largar a chupeta e a mamadeira; levá-lo-á ao colégio, monitorará todo o seu desenvolvimento; segurará suas mãos na hora da vacina; assistirá e saboreará seus avanços; sorrirá com suas vitórias; ampará-lo-á nos pequenos insucessos. Ser mãe é, ainda, descobrir que a vida do pimpolho vale mais que a sua; é preocupar-se com o futuro dele; é não dormir antes que ele chegue da rua. Ser mãe é a condição mais sublime de uma mulher, mesmo quando chega o momento de ser vovó e poder estreitar, nos braços, o filho da filha. Por fim, ser mãe é ter capacidade de se esquecer em prol do filho, porque a maternidade é uma dádiva. Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 10/05/2014
Alterado em 13/05/2017 |