Durval Carvalhal

Fazer de cada queda um passo de dança.

Textos


EXAME BIOMÉTRICO, uma tortura desnecessária.



Durval Carvalhal



Na sede do TRE-BA, os atendimentos ocorrem por demanda espontânea, ou seja, por ordem de chegada e sem distribuição de senhas — Foto: Henrique Mendes/G1



            Os eleitores, na Bahia, sofreram o diabo com filas enormes para fazer o recadastramento biométrico em 2018. Finda a primeira parte, marcou-se, para o início de 2019, a finalização do processo, trazendo, no seu bojo, os mesmos problemas, os mesmos sofrimentos

            Diariamente, os mesmos problemas dolorosos, com eleitores chegando à madrugada, dormindo em passeios ao longo das ruas próximas ao Centro Administrativo da Bahia (CAB), onde funciona o TRE, em Salvador, tomando sol e chuva, sem que houvesse a mínima melhoria no péssimo atendimento

            É uma questão puramente gerencial. Juízes, normalmente, não estudam economia e administração. Não têm boa noção de gestão. São pessoas preparadas para entender de leis e proceder julgamentos e fazer justiça para atingir os objetivos do arcabouço jurídico do País. Por que, então, não se contrata uma empresa para organizar os trabalhos?

            Certa vez, como escrutinador, disse a um magistrado eleitoral que ele havia escolhido equipes muito grandes (15 pessoas por equipe), o que era contraproducente, e que não daria certo. Ele, do alto da sua autoridade, disse-me: “Não, vai dar certo, sim! Estamos fazendo um teste. Não se preocupe”.

            Calei-me e fiquei vivendo aquele momento, conversando com os colegas de contagem de votos. Quando deu 13 horas, agoniado e preocupado porque não se havia contado um só voto, ele me chamou e disse-me: “BNB, vou aceitar aquela sua proposta. Escolha sua equipe”.

             Incontinente, como já sabia quem era quem, escolhi um time de resultados; além de mim, escolhi um excelente caixa do antigo Baneb (Banco do Estado da Bahia) e outras cinco pessoas que me pareceram dinâmicas.

            Ave-maria! Às 21 horas, como minha equipe já havia contado oito ou nove urnas, ele me pediu para encerrar o trabalho, e cada componente iria apoiar as outras equipes, que estavam atrasadas, com 3 ou 4 urnas finalizadas; e foi assim durante todos os dias das semanas de trabalho.

            No decorrer da apuração dos votos, um gerente do meu banco pediu ao meritíssimo juiz para me dispensar, pois a agência estava precisando de mim. Ele negou peremptoriamente, alegando que eu estava prestando um bom serviço, e o tribunal não poderia atender aquele pedido.

            Ao me encontrar nos arredores da Faculdade de Administração da UFBA, ele me disse: “BNB, um ‘diretor’ do seu banco me pediu para liberar você! Eu disse que não, de jeito nenhum, e logo você! ” (Risos).

            No final dos trabalhos, ele, o sensato magistrado, foi só agradecimento a mim e à equipe, que trabalhou muito, com todo afinco, dando o melhor de si, em prol da faina exigida pelos trabalhos do Tribunal Eleitoral da Bahia.


PS: “Administração é a arte de fazer coisas através de pessoas” 
Mary Parker Follet
 




Leia: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/fotos-fila-gigante-para-recadastramento-biometrico-em-salvador.ghtml
Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 23/01/2019
Alterado em 28/01/2019


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