Durval Carvalhal

Fazer de cada queda um passo de dança.

Textos


 

PERIPÉCIAS DE LISBOA II, o caso FERNANDO PESSOA

 

 

 

Durval Carvalhal

 

 

 

 

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      O passeio pela histórica Lisboa estava formidável no verão de agosto de 2022: Estanquei o choro de uma garotinha de uns 04 anos e curtimos a famosa “Torre de Belém”, um badaladíssimo ponto turístico da cidade.

        De lá, em um táxi, fomos à movimentadíssima Praça do Comércio, onde comprei a camisa do craque R7 para presentear meu neto, que joga futebol em uma escolinha francesa; e, depois do chopp, fomos ao “Museu da Cerveja”, cujo luxuoso restaurante é muito frequentado, necessitando-se de agendamento.

      Em seguida, seguimos para jantar no badalado e luxuosíssimo restaurante “MARTINHO DO ARCADO”, principal point do vate Fernando Pessoa. Sentamo-nos à mesa onde ele bebia, só para tirar fotos e admirar alguns livros, já que o lugar não pode ser usado por clientes, numa bela e justa homenagem da casa ao “poeta fingidor”.

         O distinto garçom, sr. Antônio Martins, que nos acompanhou, sugeriu-nos uma bem localizada mesa; perguntei-lhe sobre a bebida preferida d poeta; incontinente, mostrou-nos uma garrafa de “ABSINTO” e perguntou-me se ia querer, ao que respondi positivamente. Incrédulo, disse-me: o problema é você não poder chegar em casa, por que seu teor alcoólico é de 97 graus.

       Aí, lembrei-me de Raul Pompéia: “Vais encontrar o mundo. Coragem para a luta”; disse-lhe que queria uma taça. Diante daquela advertência, fiquei assim: molhava a língua e tomava chopp, molhava a língua e tomava chopp durante todo o tempo e só tomei metade da taça.

         O gentil garçom contou-nos muito sobre o poeta; que ele não pagava as contas, mas como se fazia acompanhar de gente importante, o restaurante fazia-lhe vistas grossas.

Fernando Pessoa tomava seu absinto e escrevia; saia, dava umas voltas e retornava à cena poética umas quatro vezes diariamente; fora internado em muitas oportunidades, até que teve uma crise em pleno restaurante, e fora levado ao “Hospital de São Luís dos Franceses”, onde faleceu de “cólica hepática" em 30 de novembro de 1935 aos 47 anos em Lisboa.

         FERNANDO Antônio Nogueira PESSOA teve uma vida relativamente curta, mas rica e densa. Natural de Lisboa, nasceu em 13.06.1888; foi funcionário público do Ministério da Justiça, critico musical e literário, correspondente comercial, tradutor, poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, publicitário, astrólogo e comentarista político (Wikipédia).

A exemplo de Pelé, morreu o homem, mas eternizou-se o gênio poético.

 

Leia sobre peripécias:  https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/7612841

 

 

 

 

 

Durval Carvalhal
Enviado por Durval Carvalhal em 06/01/2023
Alterado em 28/02/2023


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